Audiência pública discute reforma do museu municipal
A necessidade urgente dos poderes públicos tomarem uma decisão conjunta em relação ao estado de penúria e abandono em que se encontra o Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, foi o que motivou o presidente da Câmara Municipal de Guajará-Mirim, Eliel Silvino, a requerer uma Audiência Pública para discutir a reforma daquele espaço com o objetivo de resgatar a memória, a cultura e a história da cidade.
A Audiência ocorreu na tarde de terça-feira (01) no Plenário da Casa de Leis. A mesa dos trabalhos foi composta pelo presidente do Legislativo, Eliel Silvino (PP), vereadores Sérgio Bouez (PSD), Cordélia Santana (PDT), Gecildo Barroso (PL) e Davino Serrath (União), Vice-prefeito Ricardo Maia, Xerxes Andrade, que representou a Secretaria Regional do Governo do Estado, Fábio Casara, que representou a Universidade Federal de Rondônia, Aline Maia, superintendente do IPHAM, Emerson Nunes (Ibama), Verissimo Neto (Usina Hidrelétrica do Jirau) e Maria de Jesus (Associação dos Amigos do Museu).
Após dar as boas vindas ao participes do evento, o presidente da Câmara ressaltou a relevância da Audiência, passando a palavra para aqueles que fizeram uso de discurso para o assunto em destaque.
O professor Fábio Casara apontou que o estado em que se encontra o Museu Municipal prescreve uma demanda social de impacto porque não está se tratando de resgate da história apenas para Guajará-Mirim, mas sim no contexto nacional. Disse entender como de máxima urgência a reforma da construção que abriga o Museu. Afirmou que o acervo está bem cuidado e encontra-se em dois depósitos da Universidade Federal de Rondônia.
O acervo do Museu da Estrada de Ferro constitui-se de réplicas de animais empalhados, artesanatos da cultura indígena, coleção de pedras minerais preciosas, cédulas e moedas raras, jornais antigos, fotos, quadros e molduras que retratam a vida e o cotidiano do povo guajaramirense.
Ao se utilizar dos microfones, o representante da usina hidroelétrica do Jirau, Veríssimo Neto, anunciou uma boa notícia: num programa que enquadra todo um processo que envolve o IPHAM, IBAMA, Prefeitura, Governo do Estado e Setor de Patrimônio da União, a Usina de Jirau, como forma de compensação de impactos ambientais, estará bancando a reforma e o restauro do Museu de Guajará-Mirim, da praça dos Pioneiros e do espaço da escadaria em frente ao casarão.
De acordo com sua palestra, a reforma do Museu Municipal engloba também os reparos de duas locomotivas, o resgate de peças da Estrada de Ferro, a revitalização da Praça dos Pioneiros, arborização e construção de um anfiteatro no espaço de frente para a Avenida Constituição.
Verissimo Neto explicou que o Projeto de reforma do Museu Municipal vai procurar efetuar seus trabalhos mantendo a característica original naquilo que for possível. Informou que uma vez entregue a obra de reforma, a responsabilidade pela mantenção do edifício, de seu acervo, das atividades educativas ou artísticas e da atenção ao público, compete ao Poder Público Municipal.
Os trabalhos de reforma e restauro do Museu de Guajará-Mirim deverá abranger diversos segmentos da construção civil como marcenaria, carpintaria, vidraçaria, alvenaria, pintura, trabalho de paisagismo, iluminação e parte hidráulica. O arquiteto Lorenzo Villar é responsável pelo prospecto de designer do projeto. A previsão para início da reforma é para o final do primeiro semestre do próximo ano.
Cartão de visita de Guajará-Mirim, atrativo para o turismo com consequente propulsão na economia do município, o Museu Municipal se localiza em frente ao Porto Oficial e nos primórdios da Cidade Pérola abrigou a estação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a lendária Ferrovia do Diabo.
Texto: Fábio Marques
Fotos: Câmara Municipal de Guajará-Mirim
Capa: Imagem apresentação Jirau Energia.